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Não nos tornamos mulher, mas… !

« Tornar-se uma mulher e interrogar-se sobre o que é uma mulher são duas coisas essencialmente diferentes. Eu direi mesmo mais – é porque não nos tornamos assim que nos interrogamos, e até certo ponto, interrogar-se é o contrário de tornar-se. A metafísica de sua posição é o subterfúgio imposto à realização subjetiva na mulher. Sua posição é essencialmente problemática, e até um certo ponto inassimilável ». 

Lacan, J., O Seminário, livro 3 : as psicoses, Rio de Janeiro, JZE, 2010 (novo projeto), p. 209

Aqui, Lacan zomba do famoso aforismo de Simone de Beauvoir: « Não se nasce mulher, torna-se mulher ». Interrogarsubstituindo tornar-se promove a reflexão, mais do que a finalidade. A posição feminina é questão para os dois sexos e é acompanhada por sintomas variados, atestando que ela é em parte inassimilável à Outra cena. O sujeito será, na melhor das hipóteses, um metafísico de si mesmo?