« A mulher, insisto, essa que não existe, é justamente a letra – a letra como significante de que não há Outro, S () ». Lacan, J. O Seminário, livro 18 : de um discurso que não fosse semblante, Rio de Janeiro, JZE, 2009, p. 102
A mulher é a carta, aquela do conto magnífico de Poe, carta roubada, mais exatamente desviada ou ainda em posta restante. Isso quer dizer que seu inevitável destinatário é aquele que dela não compreenderá nada, polícia, ministro, rei, os quais constituem outras tantas figuras da função de sujeito. Isso diz ainda o quanto o escândalo – no sentido etimológico da pedra em que se tropeça – é mulher. Isso não é fácil de viver para ninguém…
Tradução : Vera Avellar Ribeiro